O título deste artigo pode parecer apelativo, mas ele retrata uma cruel realidade: assaltos à mão armada em farmácias paulistas, especializadas em vender medicamentos de alto custo, como canetas destinadas ao tratamento de obesidade, que custam cerca de R$ 1.000,00, e medicamentos psiquiátricos, cujo valor gira em torno de R$ 500,00.
A qualquer hora do dia, quadrilhas estão colocando em risco a vida dos práticos de farmácia e dos consumidores em tratamento. Eles utilizam muita violência durante as ações. A imprensa tem dado ampla cobertura a esses crimes; considera a alta incidência desse tipo de assalto como um desafio para as autoridades de segurança pública e para a gestão desses estabelecimentos.
PERIGO
Essas ocorrências geram outros problemas. Os ladrões vendem os medicamentos roubados na internet a preços bem mais baixos do que nas farmácias, atraindo consumidores desinformados.
O problema adicional é que esses medicamentos, por não serem armazenados adequadamente após o roubo, perdem sua eficácia, comprometendo a saúde dos usuários. É certo que os bandidos sabem o que querem e onde encontrar os produtos a serem roubados. São rápidos nos assaltos.
ALERTA
Enquanto dirigente sindical e parlamentar, faço este alerta em nome da segurança e da saúde desses trabalhadores e, de certa forma, dos consumidores que frequentam as farmácias alvo. Dada essa situação de vulnerabilidade, é urgente agir. Uma das medidas seria a adoção de um plano de segurança pública para as farmácias que vendem esses medicamentos e produtos específicos (e caros!).
As farmácias, por sua vez, cientes do perigo, devem reforçar seus esquemas de segurança privada. Afinal, trabalhadores e clientes se sentem inseguros e ameaçados. São necessárias, portanto, medidas protetivas e até mesmo assistência psicológica para os funcionários vítimas dessas novas ações criminosas.
Existe uma agravante maior: o risco de que esse tipo de crime se expanda para outras cidades brasileiras. Esse alerta é válido para o Governo do Estado, o Governo Federal, grandes redes e proprietários de farmácias independentes, que devem rever suas estratégias de armazenamento e venda de produtos caros, diante desses novos riscos à segurança e à saúde da população.
*Luiz Carlos Motta é presidente da Fecomerciários, da CNTC e Deputado Federal (PL/SP)